"Um Pouco da História da C.A.D.A. "
Antigo Postal da C.A.D.A. Apenas acrescentamos do lado direito para ficar mais visível o nome das suas Roças e Fazendas assim como Sedes que a Companhia tinha em Certas Localidades e pertenças da U.N.E.C. (União dos Empregados da C.A.D.A.), falamos por Ex: do Praia Hotel e do Prédio Residencial na Ex. Novo Redondo hoje Sumbe.
"UM POUCO DA HISTÓRIA DA BOA ENTRADA C.A.D.A."
Boa Entrada - Era a "Vila Particular" da C.A.D.A. (Companhia Angolana De Agricultura)
Era formada por uma série de Roças de Café e Fazendas de Palmares por Angola afora ..
A Boa Entrada era o centro Motor da Companhia ,nada faltava nesta Bela Vila .
Todos os Escritórios da Companhia ,estavam Centralizados na Vila da Boa Entrada e de uma forma tão bem organizada ,que chegou a ser considerada por várias sectores da Especialidade e revistas da altura muito Bem conceituadas ,como a Cidade Modelo Privada mais Bela e mais bem Organizada.do Mundo
Tinha um toque muito típico , as residências no Geral ,eram á moda Californiana,com os seus Jardins muito bem tratados a rode-a-las ..,
Era uma Vila Belíssima,Sublime mesmo! ..!,
Misturando a tudo isto os Cafezais ,que em Flor que rodeavam a própria Vila , eram Belos e largavam um perfume que a nada se igualava . Só quem por lá nasceu e passou está em condições de poder Descrever o quão Bela ,era aquela Vila .
Saliente-se aqui também,um outro Bairro ,de aspecto Gótico que era lindíssimo .
A Companhia tinha ,também Filiais e Sedes espalhadas por outros locais de Angola .
Depois desta pequena Introdução, reza a História que:
A Boa Entrada ,sede da Companhia ,ficava situada a 7 Km da Gabela, no Município do Amboim, o caminho que leva à Boa Entrada-C.A.D.A. era muito estreito e a estrada sem asfalto reclama por reabilitação. Sem outra alternativa, a população recorre, diariamente, aos conhecidos kupapatas. Outros, optam pelo trajecto a pé até à cidade da Gabela, como é o caso das vendedoras ambulantes que lá vão revender os seus produtos.
A C.A.D.A., construída por Norton de Matos em 1925, aquando da inauguração dos primeiros 80 Km da linha-férrea, na localidade da Boa Viagem, teve como objectivo a produção de café.
Reza a história que a construção da Boa Entrada começa na altura da partilha de África. Os livros mais antigos, de acordo com o docente universitário Júlio Mendes, informam que em 1888 os dois primeiros portugueses a chegarem à região de Assango, provenientes de Porto Amboim, tinham como objectivo abrir uma empresa de comércio de tecido e outros produtos.
É desta data que os missionários e militares portugueses começam a ter contacto com a produção de café que já vinha sendo industrializado pelos nativos da região.
De uma forma brusca, os colonizadores portugueses expropriaram os nativos das suas terras, tornando-se nos novos proprietários.
Este facto levou a uma série de revoltas por parte dos nativos de Amboim, como a grande primeira revolta de 1893, em que foram queimadas as fazendas e envenenados os patrões. A segunda revolta aconteceu de 1895 a 1896 e culminou em 1917. Em função disto, grande parte dos portugueses refugiou-se em Porto Amboim.
Segundo informações do Jornal Independente, de 1917, os portugueses reclamavam a inércia do Governo português face à fúria das populações do Amboim, conhecida como a "fúria dos indígenas".
António José Dantas, Ernesto da Silva Melo, Simeão Pinto e António Costa eram os portugueses responsáveis da Roça - hoje conhecida por C.A.D.A. - e certo tempo depois Simeão Pinto abandonou para produzir café noutra região.
Sob a gestão de Norton de Matos foram construídas estradas em 1912 pelos administradores e pela população que utilizava enxadas, catanas e picaretas.
Nessa altura, o estado das estradas causou vários prejuízos, uma vez que na época das chuvas se atrasava a entrega de mercadorias.
Para reverter o quadro, de acordo com Júlio Mendes, em 1921 o Governo português assinou um acordo com a Companhia Angolana de Agricultura (C.A.D.A.), para a construção do Caminho-de-Ferro do Amboim, a ser explorado num período de 90 anos. Após este período, a gestão da Roça passaria para o Estado português.
No entanto, construído de 1923 a 1941 o Caminho-de-Ferro passou a transportar a maior parte da produção de café, cacau, óleo de palma e de coconote, em Porto Amboim. No quadro da importância económica que os portugueses davam à região de Amboim, a 8 de Setembro de 1923, o café é conduzido para ser exportado em Porto Amboim, por decreto de Norton de Matos.
Os grandes países como a Holanda, Bélgica, Inglaterra e os EUA tinham grandes interesses em importar o café da região de Amboim.
Em função da construção do Caminho--de-Ferro do Amboim começa a construção da maior Empresa Agrícola de Angola, denominada Companhia Fabril e Pastoril de Benguela Velha.
"A semente da construção da C.A.D.A. foi lançada em 30 de Junho de 1919, data em que se constituiu a Companhia Fabril e Pastoril de Benguela Velha.
O proprietário, Bernardino Alves Correia, a partir de Porto Amboim foi tirando terras aos nativos para construir a 11 de Novembro de 1920 a Companhia do Amboim, que mais tarde se viria a chamar Companhia Angolana de Agricultura (C.A.D.A.). Porém, Bernardino Correia, que exportava café para os EUA, Inglaterra e Alemanha, vê-se num repente impossibilitado de vender o café, o que lhe causou graves problemas financeiros.
Em 1927, Bernardo Correia, ante as dificuldades de tesouraria, decide então vender a Companhia Angolana de Agricultura a um grupo de belgas da empresa Alé e à Société Financier de Cachot. Em 1939, início da II Guerra Mundial na Europa, a Bélgica é ocupada militarmente pela Alemanha e toda a actividade política, administrativa, económica e financeira fica paralisada, o que afecta as propriedades dos belgas na C.A.D.A.
Os novos proprietários passaram a controlar e a construir a Boa Entrada/C.A.D.A., expandindo a produção do café e suas actividades.
Estes proprietários decidem, cinco anos depois, isto é, em 1944, vender a propriedade, altura em que se conclui a ponte das cachoeiras.
O governo português faz uma publicação para a venda da empresa, comprada pelo Banco Espírito Santo e pela editora Guedes de Portugal.
A partir de 1949 tornam-se donos de toda a Extensão Agrícola da C.A.D.A.e a produção de café em 1950 aumenta para cerca de sete mil e quinhentas toneladas
Segundo dizem no Ano em que os Belgas venderam a empresa o café subiu 10 vezes mais o preço pois tornou-se uma bebida muito conhecida em todo o Mundo e que estes não ficaram nada satisfeitos tenho livro e um trecho de uma visita a Angola nos anos 60 de José Maria d'Eça de Queirós onde diz que por dados não oficiais que a C.A.D.A. foi a maior exportadora de café do Mundo e tínhamos o melhor café Robusta que se conhece e a sua média de produção anual era de 9.000 toneladas nestes anos,ultimamente a produção seria muito mais elevada.
Salvo:
- * Roça - Quando se trata de Café .
- * Fazenda - Quando se trata de Palmares e Outros "
Era formada por uma série de Roças de Café e Fazendas de Palmares por Angola afora ..
A Boa Entrada era o centro Motor da Companhia ,nada faltava nesta Bela Vila .
Todos os Escritórios da Companhia ,estavam Centralizados na Vila da Boa Entrada e de uma forma tão bem organizada ,que chegou a ser considerada por várias sectores da Especialidade e revistas da altura muito Bem conceituadas ,como a Cidade Modelo Privada mais Bela e mais bem Organizada.do Mundo
Tinha um toque muito típico , as residências no Geral ,eram á moda Californiana,com os seus Jardins muito bem tratados a rode-a-las ..,
Era uma Vila Belíssima,Sublime mesmo! ..!,
Misturando a tudo isto os Cafezais ,que em Flor que rodeavam a própria Vila , eram Belos e largavam um perfume que a nada se igualava . Só quem por lá nasceu e passou está em condições de poder Descrever o quão Bela ,era aquela Vila .
Saliente-se aqui também,um outro Bairro ,de aspecto Gótico que era lindíssimo .
A Companhia tinha ,também Filiais e Sedes espalhadas por outros locais de Angola .
Depois desta pequena Introdução, reza a História que:
A Boa Entrada ,sede da Companhia ,ficava situada a 7 Km da Gabela, no Município do Amboim, o caminho que leva à Boa Entrada-C.A.D.A. era muito estreito e a estrada sem asfalto reclama por reabilitação. Sem outra alternativa, a população recorre, diariamente, aos conhecidos kupapatas. Outros, optam pelo trajecto a pé até à cidade da Gabela, como é o caso das vendedoras ambulantes que lá vão revender os seus produtos.
A C.A.D.A., construída por Norton de Matos em 1925, aquando da inauguração dos primeiros 80 Km da linha-férrea, na localidade da Boa Viagem, teve como objectivo a produção de café.
Reza a história que a construção da Boa Entrada começa na altura da partilha de África. Os livros mais antigos, de acordo com o docente universitário Júlio Mendes, informam que em 1888 os dois primeiros portugueses a chegarem à região de Assango, provenientes de Porto Amboim, tinham como objectivo abrir uma empresa de comércio de tecido e outros produtos.
É desta data que os missionários e militares portugueses começam a ter contacto com a produção de café que já vinha sendo industrializado pelos nativos da região.
De uma forma brusca, os colonizadores portugueses expropriaram os nativos das suas terras, tornando-se nos novos proprietários.
Este facto levou a uma série de revoltas por parte dos nativos de Amboim, como a grande primeira revolta de 1893, em que foram queimadas as fazendas e envenenados os patrões. A segunda revolta aconteceu de 1895 a 1896 e culminou em 1917. Em função disto, grande parte dos portugueses refugiou-se em Porto Amboim.
Segundo informações do Jornal Independente, de 1917, os portugueses reclamavam a inércia do Governo português face à fúria das populações do Amboim, conhecida como a "fúria dos indígenas".
António José Dantas, Ernesto da Silva Melo, Simeão Pinto e António Costa eram os portugueses responsáveis da Roça - hoje conhecida por C.A.D.A. - e certo tempo depois Simeão Pinto abandonou para produzir café noutra região.
Sob a gestão de Norton de Matos foram construídas estradas em 1912 pelos administradores e pela população que utilizava enxadas, catanas e picaretas.
Nessa altura, o estado das estradas causou vários prejuízos, uma vez que na época das chuvas se atrasava a entrega de mercadorias.
Para reverter o quadro, de acordo com Júlio Mendes, em 1921 o Governo português assinou um acordo com a Companhia Angolana de Agricultura (C.A.D.A.), para a construção do Caminho-de-Ferro do Amboim, a ser explorado num período de 90 anos. Após este período, a gestão da Roça passaria para o Estado português.
No entanto, construído de 1923 a 1941 o Caminho-de-Ferro passou a transportar a maior parte da produção de café, cacau, óleo de palma e de coconote, em Porto Amboim. No quadro da importância económica que os portugueses davam à região de Amboim, a 8 de Setembro de 1923, o café é conduzido para ser exportado em Porto Amboim, por decreto de Norton de Matos.
Os grandes países como a Holanda, Bélgica, Inglaterra e os EUA tinham grandes interesses em importar o café da região de Amboim.
Em função da construção do Caminho--de-Ferro do Amboim começa a construção da maior Empresa Agrícola de Angola, denominada Companhia Fabril e Pastoril de Benguela Velha.
"A semente da construção da C.A.D.A. foi lançada em 30 de Junho de 1919, data em que se constituiu a Companhia Fabril e Pastoril de Benguela Velha.
O proprietário, Bernardino Alves Correia, a partir de Porto Amboim foi tirando terras aos nativos para construir a 11 de Novembro de 1920 a Companhia do Amboim, que mais tarde se viria a chamar Companhia Angolana de Agricultura (C.A.D.A.). Porém, Bernardino Correia, que exportava café para os EUA, Inglaterra e Alemanha, vê-se num repente impossibilitado de vender o café, o que lhe causou graves problemas financeiros.
Em 1927, Bernardo Correia, ante as dificuldades de tesouraria, decide então vender a Companhia Angolana de Agricultura a um grupo de belgas da empresa Alé e à Société Financier de Cachot. Em 1939, início da II Guerra Mundial na Europa, a Bélgica é ocupada militarmente pela Alemanha e toda a actividade política, administrativa, económica e financeira fica paralisada, o que afecta as propriedades dos belgas na C.A.D.A.
Os novos proprietários passaram a controlar e a construir a Boa Entrada/C.A.D.A., expandindo a produção do café e suas actividades.
Estes proprietários decidem, cinco anos depois, isto é, em 1944, vender a propriedade, altura em que se conclui a ponte das cachoeiras.
O governo português faz uma publicação para a venda da empresa, comprada pelo Banco Espírito Santo e pela editora Guedes de Portugal.
A partir de 1949 tornam-se donos de toda a Extensão Agrícola da C.A.D.A.e a produção de café em 1950 aumenta para cerca de sete mil e quinhentas toneladas
Segundo dizem no Ano em que os Belgas venderam a empresa o café subiu 10 vezes mais o preço pois tornou-se uma bebida muito conhecida em todo o Mundo e que estes não ficaram nada satisfeitos tenho livro e um trecho de uma visita a Angola nos anos 60 de José Maria d'Eça de Queirós onde diz que por dados não oficiais que a C.A.D.A. foi a maior exportadora de café do Mundo e tínhamos o melhor café Robusta que se conhece e a sua média de produção anual era de 9.000 toneladas nestes anos,ultimamente a produção seria muito mais elevada.
Salvo:
- * Roça - Quando se trata de Café .
- * Fazenda - Quando se trata de Palmares e Outros "
Boa Entrada - C.A.D.A.
Cafezais da Boa Entrada hortas de olhar sem fim com o cacimbo regadas por tantas mãos aparadas espelho do Amboim Deslizaram-me entre as mãos os bagos com cafeína que tantos sois tostaram que tantos homens gradaram bagos de suor por cima. Nessas bagas de café e em soberbos bananais tinhas-nos, Angola a teus pés vergados pela timidez de que espanto era demais... Mas digam qual o mortal que sem ver imaginasse que fora do nosso torrão houvesse outra imensidão que a esta se igualasse ? Porque tu, Angola és única em rica composição quer de montes, quer de vales quer de saúde ou de males, não há mais comparação... Terra da minha amizade, Terra da minha saudade gente de um Amor profundo. Se houver justiça perfeita voltarás sã e escorreita ao maior lugar do Mundo. Foste riscada a suor em tiras de longo asfalto. Foste lavrada, arada, adubada e regada com ondas de sobressalto de semedadores de ilusões, semente de terra bravia. Quem com sangue te regou com a mão esquerda te esganou, com a direita benzia, de tudo um pouco te deu do temor á ambição. Também te deixou amor que outros viraram terror para esta geração. ANGOLA como eu te vi !! ANGOLA quanto te dei !! Troquei tudo por saudade iludida em liberdade que não vejo,nem verei... Por Augusto Rebola AVISO - Estes escritos estão registados e protegidos pelo I.G.A.C |
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"Gabela - C.A.D.A. Boa Entrada o quanto é Bela"
Sede do município de Amboim, na província do Kuanza-Sul, a Gabela é dominada pelo verdejante morro do Cruzeiro, onde permanece um velho fortim colonial português, fornecendo ainda, na estrada que lhe dá acesso, o espectáculo natural
das quedas de água de Binga, no rio Keve.
Foi até aos anos 70 uma das mais prósperas terras angolanas com as suas plantações de café, que chegou a ter títulos de um dos melhores do mundo, e floresciam em fazendas agrícolas constituindo verdadeiras povoações – propriedades da então toda Poderosa Companhia Angolana de Agricultura (C.A.D.A.).
Nos arredores da Gabela, a escassos sete quilómetros,situa-se a pequena Vila Privada da Boa Entrada, antiga Sede da Companhia C.A.D.A. que devido à Produção do Café (agora abandonado e seco pelo tempo) era bafejada pelo Caminho de ferro do
Amboim (C.F.A.), construído entre 1923 a 1941, com os comboios a fazerem o transporte do fruto até Porto Amboim, no litoral (antes era escoado por caravanas de nativos), com destino à Holanda, Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos. Mas, segundo registos históricos, o objectivo inicial dos Colonos Portugueses não era o café, pois os dois primeiros homens brancos a chegarem à região em 1888,provenientes de Porto Amboim, tinham como objectivo abrir uma empresa de comércio de tecido, cera, marfim e borracha.
Posteriormente, comerciantes, missionários e militares portugueses apropriaram-se das plantações de café dos nativos da região, tornando-se em novos proprietários, o que provocou várias e grandes revoltas. Reza a história que a primeira revolta aconteceu em 1893, quando foram queimadas Fazendas de café e envenenados os patrões.
As outras registaram-se de 1895 a 1896 e em 1917, o que obrigou grande parte dos portugueses a refugiar-se em Porto Amboim.
Perante a queixa dos colonos de inércia do Governo Português face à denominada “fúria dos indígenas”, intervenções militares conseguiram conter as revoltas, permitindo que Norton de Matos, duas vezes Governador de Angola (1912/1915 e 1921/1923) abrisse estradas utilizando mão-de obra indígena a golpes de enxadas, catanas e picaretas e edificasse a vila Boa Entrada ,sede do município de Amboim, na província do Kuanza Sul.
Descrições apaixonadas descrevem:
“Boa Entrada C.A.D.A. era a menina dos olhos do Amboim-Gabela. Com as suas Vivendas Construídas à Moda Californiana, os seus Bairros bem ordenados urbanisticamente: Bairro Residencial para Quadros Superiores, Bairro dos Operários, Hospital, Clube, Piscina, Cinema, Biblioteca, Campo de Futebol, Tiro aos pombos,Barragem Eléctrica própria...
Enfim, era aquele Paraíso onde se podia viver e morrer sem necessidade de ir à cata de novos céus !!
As descrições acrescentam:
“Não foi por acaso que o poeta Agostinho Neto lá foi... talvez para aflorar com a sua poderosa pena de escritor os céus ali tão pertinhos!”.
Hoje em dia,os céus já não estarão tão pertinhos, pois a terra já não oferece o espectáculo deslumbrante do café em flor, pelo facto de ter sido bastante atingida pela calamidade da guerra.
Aliás aquela região, na ponte sobre o Rio Keve, na estrada Quibala – Gabela, foi palco de uma das batalhas mais pesadas da guerra, onde foi travado o avanço das forças invasoras do então regime sul-africano.
Hoje em dia, vêem-se os cerca de 150 mil habitantes da Gabela, a 95 quilómetros do Sumbe (capital provincial) a dedicarem-se à agricultura de subsistência e à revenda de vários produtos, mas com engajamento das autoridades na revitalização da produção do café com o apoio do Instituto Nacional do Café,introduzem-se novas espécies e melhoram-se os viveiros, no sentido de contribuir para que Angola regresse à condição de quarto produtor mundial do bago vermelho e para que o colorido das suas flores volte a alegrar a sua paisagem e delicie os visitantes, que dispõem de uma estrada em boas condições e permite uma viagem em poucas horas.
Pelo caminho, depois do Sumbe, o visitante deliciar-se-á com a Cachoeira do Binga, no Rio Keve, onde poderá relaxar num pequeno parque junto às Quedas de Água, com ressaltos que provocam um mar de espuma branca, num cenário dominado pelo verde da vegetação nas margens do rio.
Já dentro da cidade, a visão concentra-se no Morro do Cruzeiro (ou Catengue), que domina toda a cidade, onde o que prende as atenções é um fortim, onde os portugueses ter-se-ão abrigado na sequência da “fúria dos indígenas” de 1917, antes da fuga para Porto Amboim.
Existem pelo menos duas versões acerca da origem do nome Gabela. Segundo soubemos durante a nossa visita àquela cidade, uma dessas versões assenta no facto de os dois primeiros colonos portugueses que chegaram à área terem lá encontrado uma velha mulher chamada N’Guebela. Terão sido os portugueses Ernesto da Silva Melo e António do Couto que, em 1888, perguntaram pelo nome do local, ao que a velha deu o seu próprio nome, por falta de entendimento.
A outra versão sustenta que o nome provém do morro do Catengue, actual morro do Cruzeiro, onde ter-se-á escondido o Soba (chefe tribal) fugindo da perseguição do homem branco. Conforme soubemos, a palavra N’Guebela significa “refúgio” ou “esquiva”, e teria sido no morro onde o Soba se “esquivara” da perseguição.
O nome "Amboim" hoje do município, vem do povo "Mboim",nome dos nativos daquela região que por serem um povo pacifico significa Muita PAZ !!
NGA SAKIRILA KINENE !! (Muito Obrigado)
MBOIM !! (Muita PAZ)
das quedas de água de Binga, no rio Keve.
Foi até aos anos 70 uma das mais prósperas terras angolanas com as suas plantações de café, que chegou a ter títulos de um dos melhores do mundo, e floresciam em fazendas agrícolas constituindo verdadeiras povoações – propriedades da então toda Poderosa Companhia Angolana de Agricultura (C.A.D.A.).
Nos arredores da Gabela, a escassos sete quilómetros,situa-se a pequena Vila Privada da Boa Entrada, antiga Sede da Companhia C.A.D.A. que devido à Produção do Café (agora abandonado e seco pelo tempo) era bafejada pelo Caminho de ferro do
Amboim (C.F.A.), construído entre 1923 a 1941, com os comboios a fazerem o transporte do fruto até Porto Amboim, no litoral (antes era escoado por caravanas de nativos), com destino à Holanda, Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos. Mas, segundo registos históricos, o objectivo inicial dos Colonos Portugueses não era o café, pois os dois primeiros homens brancos a chegarem à região em 1888,provenientes de Porto Amboim, tinham como objectivo abrir uma empresa de comércio de tecido, cera, marfim e borracha.
Posteriormente, comerciantes, missionários e militares portugueses apropriaram-se das plantações de café dos nativos da região, tornando-se em novos proprietários, o que provocou várias e grandes revoltas. Reza a história que a primeira revolta aconteceu em 1893, quando foram queimadas Fazendas de café e envenenados os patrões.
As outras registaram-se de 1895 a 1896 e em 1917, o que obrigou grande parte dos portugueses a refugiar-se em Porto Amboim.
Perante a queixa dos colonos de inércia do Governo Português face à denominada “fúria dos indígenas”, intervenções militares conseguiram conter as revoltas, permitindo que Norton de Matos, duas vezes Governador de Angola (1912/1915 e 1921/1923) abrisse estradas utilizando mão-de obra indígena a golpes de enxadas, catanas e picaretas e edificasse a vila Boa Entrada ,sede do município de Amboim, na província do Kuanza Sul.
Descrições apaixonadas descrevem:
“Boa Entrada C.A.D.A. era a menina dos olhos do Amboim-Gabela. Com as suas Vivendas Construídas à Moda Californiana, os seus Bairros bem ordenados urbanisticamente: Bairro Residencial para Quadros Superiores, Bairro dos Operários, Hospital, Clube, Piscina, Cinema, Biblioteca, Campo de Futebol, Tiro aos pombos,Barragem Eléctrica própria...
Enfim, era aquele Paraíso onde se podia viver e morrer sem necessidade de ir à cata de novos céus !!
As descrições acrescentam:
“Não foi por acaso que o poeta Agostinho Neto lá foi... talvez para aflorar com a sua poderosa pena de escritor os céus ali tão pertinhos!”.
Hoje em dia,os céus já não estarão tão pertinhos, pois a terra já não oferece o espectáculo deslumbrante do café em flor, pelo facto de ter sido bastante atingida pela calamidade da guerra.
Aliás aquela região, na ponte sobre o Rio Keve, na estrada Quibala – Gabela, foi palco de uma das batalhas mais pesadas da guerra, onde foi travado o avanço das forças invasoras do então regime sul-africano.
Hoje em dia, vêem-se os cerca de 150 mil habitantes da Gabela, a 95 quilómetros do Sumbe (capital provincial) a dedicarem-se à agricultura de subsistência e à revenda de vários produtos, mas com engajamento das autoridades na revitalização da produção do café com o apoio do Instituto Nacional do Café,introduzem-se novas espécies e melhoram-se os viveiros, no sentido de contribuir para que Angola regresse à condição de quarto produtor mundial do bago vermelho e para que o colorido das suas flores volte a alegrar a sua paisagem e delicie os visitantes, que dispõem de uma estrada em boas condições e permite uma viagem em poucas horas.
Pelo caminho, depois do Sumbe, o visitante deliciar-se-á com a Cachoeira do Binga, no Rio Keve, onde poderá relaxar num pequeno parque junto às Quedas de Água, com ressaltos que provocam um mar de espuma branca, num cenário dominado pelo verde da vegetação nas margens do rio.
Já dentro da cidade, a visão concentra-se no Morro do Cruzeiro (ou Catengue), que domina toda a cidade, onde o que prende as atenções é um fortim, onde os portugueses ter-se-ão abrigado na sequência da “fúria dos indígenas” de 1917, antes da fuga para Porto Amboim.
Existem pelo menos duas versões acerca da origem do nome Gabela. Segundo soubemos durante a nossa visita àquela cidade, uma dessas versões assenta no facto de os dois primeiros colonos portugueses que chegaram à área terem lá encontrado uma velha mulher chamada N’Guebela. Terão sido os portugueses Ernesto da Silva Melo e António do Couto que, em 1888, perguntaram pelo nome do local, ao que a velha deu o seu próprio nome, por falta de entendimento.
A outra versão sustenta que o nome provém do morro do Catengue, actual morro do Cruzeiro, onde ter-se-á escondido o Soba (chefe tribal) fugindo da perseguição do homem branco. Conforme soubemos, a palavra N’Guebela significa “refúgio” ou “esquiva”, e teria sido no morro onde o Soba se “esquivara” da perseguição.
O nome "Amboim" hoje do município, vem do povo "Mboim",nome dos nativos daquela região que por serem um povo pacifico significa Muita PAZ !!
NGA SAKIRILA KINENE !! (Muito Obrigado)
MBOIM !! (Muita PAZ)
C.A.D.A. Boa Entrada Algumas Fazendas, Roças e não só...!
Entre os Anos 1924/25
Um Documento que Recomendamos ..
Uma Tese ,sobre Produtoras de Café no Mundo ,onde também vem Destacada a nossa C.A.D.A.
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