Instituições ligadas à UNESCO preocupadas com o ambiente A criação de novos projectos para a protecção do meio ambiente, com o apoio das comunidades, foi das principais recomendações saídas do IV Encontro Nacional das Escolas Associadas à Unesco, que decorreu na cidade do Sumbe, Cuanza-Sul. Das recomendações dos participantes constam, igualmente, a criação e promoção de caminhadas ecológicas, com o envolvimento das comunidades, como forma de elevar o espírito ecológico, bem como incentivar a criação nas zonas rurais e urbanas de hortas e jardins pedagógicas, premissas para a consciencialização sobre a importância de preservação dos recursos ambientais e da produção sustentável. Os participantes, que estiveram reunidos de 4 a 5 deste mês, recomendaram, ainda, à classe estudantil e aos jovens e adolescentes, maior mobilização para a criação e protecção de espaços verdes, nas escolas e comunidades, assim como a constituição de clubes do ambiente, a divulgação de novas informações sobre os cuidados a ter com o meio e a realização periódica de fóruns sobre o assunto. Durante o encontro, os participantes pediram que o modelo de ensino, educação e promoção da literacia ambiental seja pautado por um modelo menos teórico, mas sim prático. No encontro, os participantes identificaram que uma das medidas mais importantes para mitigar as causas das alterações climáticas é a aplicação de um modelo assente na redução, reutilização e reciclagem, assim como na formação permanente das pessoas sobre a protecção do ambiente. O aglomerado de lixo, existentes nas grandes cidades e vilas, defenderam os participantes, coloca em perigo a vida nas comunidades e deveria ser melhorada através da aplicação dos conceitos básicos sobre ecologia, como forma de incentivar o reaproveitamento dos resíduos sólidos e líquidos, em especial na produção de fertilizantes ecológicos e fontes energéticas. Outra recomendação é a promoção de campanhas de sensibilização nas comunidades, com base nas modalidades de tratamento correcto dos resíduos sólidos urbanos, tendo como premissa a criação de ecopontos nas escolas, assim como a criação de matérias de aprendizagem produzidas, através de elementos reciclados. O encontro contou com a participação de quadros e técnicos do Ministério da Educação, das províncias do Cuanza-Sul, Luanda, Huíla e Bengo. Especialistas internacionais, vindos do Brasil, Portugal, França, Moçambique e Espanha, também estiveram entre os convidados. Milhares de hectares preparados para a nova época agrícola A primeira época da campanha agrícola, na província do Cuanza-Sul, vai ser desenvolvida numa área total de 237 mil e 724 hectares, com o envolvimento de 341 mil e 761 famílias, anunciou o director do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas. Laurindo Chambula Ladeira, que falava sobre as projecções da actividade agrícola na província, referiu que o sector da agricultura na província gizou para campanha agrícola que inicia um conjunto de projectos, que incluem vários segmentos, como projectos de desenvolvimento da agricultura familiar e comercial (SAMAP), a serem implementados nos municípios do Amboim, Conda, Cassongue e Cela, e um outro ligado ao desenvolvimento da agricultura comercial (PDAC), a ser desenvolvido em nove municípios e o AGRIJOVEM-CS, de iniciativa do Governo da província do Cuanza-Sul, que visa incentivar os jovens locais para a prática de agricultura e pescas, garantindo a geração de renda. O responsável da agricultura na província assegurou que todos os projectos concorrem para o aumento da produção agropecuária e pescas, visando a segurança alimentar nas comunidades. Dentre os hectares preparados para a presente campanha agrícola, assegurou que se prevê que 77 por cento das famílias vão produzir cerais e tubérculos, enquanto oito por cento vão dedicar-se à produção de frutícolas. Para o êxito da próxima campanha agrícola, Laurindo Chambula Ladeira assegurou que, à semelhança das épocas anteriores, o sector que dirige aguarda pelos imputs agrícolas por parte dos fornecedores, a fim de serem distribuídos às famílias camponesas, associações e cooperativas agrícolas. "Estamos aguardar pela disponibilização de insumos agrícolas, como fertilizantes, instrumentos de trabalho e sementes melhoradas para que no final tenhamos os resultados preconizados”, disse. Adiantou que a província, sendo caracterizada por dois eixos fundamentais, que compreendem a agricultura familiar e pólo agro-industrial, este último com 50 fazendas agro-pecuárias implantadas nos municípios do Lobolo, Quibala Cela e Cassongue, com 25.827 cooperadores, Ao todo, segundo Laurindo Chambula Ladeira, o Cuanza-Sul conta com 600 fazendas e 255 cooperativas agrícolas, das quais muitas inoperantes. Quanto às previsões de colheitas para a época agrícola que se avizinha, o responsável da agricultura adiantou para uma produção de 137 mil e 286 toneladas de milho, 713 mil e 172 toneladas de hortícolas e tubérculos diversas, bem como 285 mil e 268 toneladas de fruteiras diversas. Preparação de terras Ladeira Chambula sublinhou que a preparação de terras no sector familiar tem sido feita de forma manual, devido ao reduzido números de tractores em todos os municípios da província, e entende que deve haver maior mobilização do empresariado local para se inverter o quadro. "Temos défice em termos de máquinas para a lavoura, o que pode ser invertido com a mobilização do empresariado local no apoio às famílias camponesas”, disse. O responsável da agricultura e pesca no Cuanza-Sul, sustentou que o aumento da produção na região depende também de vários factores sobretudo, o uso de sementes melhoradas, disponibilidade dos factores de produção, instrução do produtor e o acompanhamento técnico entre outros. Outra preocupação manifestada pelo responsável da agricultura tem a ver com o escoamento de produtos dos campos de produção para os mercados de consumo, que passa pela revitalização dos operadores económicos que operam na província. Dinamizar a produção do mel Ladeira Chambula lamentou que, apesar do grande potencial da província, a produção em grande escala de mel conta com 100 apicultores do sector familiar, que desenvolvem a actividade de forma tradicional, localizados nos municípios da Cela, Cassongue, Mussende e Quibala. Referiu que os apicultores registados na província recebem alguma assistência por parte de técnicos locais do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), mas sublinhou que o mercado tem de se abrir para garantir a sustentabilidade dos apicultores. - Desafios para os próximos tempos O director da agricultura disse que o sector está a criar condições necessárias para dinamizar a produção do arroz, a partir das iniciativas já identificadas nos municípios da Quibala, Mussende e Cassongue, estando prevista a distribuição, na presente campanha agrícola, cerca de 200 toneladas de sementes do arroz. "Já foram feitos estudos de viabilidade que apontam que a província do Cuanza-Sul é capaz de produzir várias toneladas. Outro desafio, de acordo com Laurindo Chambula Ladeira, tem a ver com a implementação de um vasto plano de intervenção nas valas e canais de irrigação existentes, nomeadamente Cawá, Cawembe e outras, que vão suprir a estiagem nas próximas épocas agrícolas. Balanço positivo da safra da época anterior O director do Gabinete provincial da agricultura considerou as colheitas da época Agrícola passada de positivo, à julgar pelos resultados obtidos em todos segmentos. Fazendo um balanço da época anterior, anunciou que ao todo foram colhidos 305 mil e 499 toneladas de produtos agrícolas diversos, entre a primeira e segunda época, na campanha agrícola 2021/2022. Destacou as culturas de cereais que tiveram um rendimento médio de 683, por hectar, numa área de 27 mil e 512 hectares, perfazendo um total de 18 mil e 794 toneladas, enquanto para as raízes e tubérculos foram utilizados 12 mil e 628 hectares, com um rendimento de 36 mil e 548 toneladas por hectar, perfazendo um total de produção na ordem de 166 mil e 423 toneladas. A produção de leguminosas e oleaginosas cifrou-se em 16 mil e 367 hectares, mil 243 rendimento médio e sete mil 694 toneladas, as hortícolas com rendimento de 52 mil e 108 toneladas, 52 mil e 108 de rendimento e 71 mil e 975 toneladas, frutícolas 40 mil e 029 hectares, 31 mil 459 de rendimento e 40 mil e 613 toneladas. Apoios prestados na época passada Laurindo Chambula Ladeira fez saber que a época agrícola passada foi desenvolvida numa área de 66.658 hectares, e envolveu um total de 336 mil e 207 famílias camponesas a nível da província. Fez saber que foram distribuídas 100 toneladas de sementes de milho, 20 toneladas de pimento, dez toneladas de espinafre, oito toneladas de cenoura, quatro toneladas de alface, 1.5 toneladas de alho e outras sementes de hortícolas. Quanto aos fertilizantes, referiu que foram distribuídos 20 toneladas de adubo orgânico, 120 toneladas de sulfato de amónio, 400 toneladas de adubo composto 12-24-12, enquanto os instrumentos de trabalho foram de 430 pás, 165 enxadas tradicionais, 429 enxadas europeias, 201 limas, 248 sacho, 29 machados, nove motobombas, 27 pulverizadores e três pedras de esmeril.
Há províncias angolanas com 70% de população em pobreza extrema, revela estudo da ADRA
A pobreza em Angola é mais grave do que aquilo que indicam as estatísticas oficiais, revela um estudo da Associação de Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA). O levantamento foi feito nos municípios de Cacuso, província de Malanje, do Bailundo, província do Huambo, e da Ganda, província de Benguela. Um estudo de casos, não representativo para o país, mas com ideias que ajudam o Governo a mudar o rumo dos acontecimentos, integrando todos os programas que desenvolve nas comunidades, como o , de transferências monetárias, e o de assistência materna e infantil. Assim ressalta a directora da ADRA-Antena de Benguela, Cecília Kitombe, que apresenta os resultados à sociedade civil e governantes daqui a dois dias, a sete deste mês. -“Se for nestes termos, só os 25 milhões (USD 52 mil), não vamos combater a pobreza”, disse ela -“Pode ajudar a dirimir alguns problemas, mas se analisarmos as percentagens … temos 54 por cento da população pobre”, acrescentou afirmando ainda que “há províncias, segundo estudos, onde sete em cada dez pessoas estão em extrema pobreza, vemos que isso não chega”. As autoridades têm o benefício da dúvida quando se olha para o período do estudo, em fase de pandemia, mas a ADRA salienta que os sinais da chamada pobreza multidimensional continuam à vista. Numa reacção a dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam para 54 por cento da população em pobreza, Kitombe lembra que é preciso aferir os critérios. -“Afecta sectores importantes da vida humana, como a saúde , educação, protecção social, acesso ao registo de nascimento e a própria qualidade de vida”, disse. -“Há pessoas sem acesso à água, energia, habitação condigna, temos também o outro lado da pobreza que é a falta de alimentos, muita gente disse que não tinha comida”, ressalta a directora, lembrando que “isso tudo porque vivemos seca, aqui mesmo (Benguela) o gado morreu e muitos campos não foram cultivados”. Neste estudo, a ADRA, uma organização representada em 27 municípios de sete províncias, auscultou cidadãos com idades entre os 18 e 70 anos, ligados sobretudo ao comércio e à agricultura familiar. Com a monitorização e apresentações a diferentes franjas sociais, espera ajudar a implementação de políticas públicas. O MPLA, partido no poder, apresentou como eixos para o combate à pobreza acções como o apoio à produção no meio rural, reparação das vias secundárias e terciárias e reforço na oferta de equipamentos sociais.
"Ucrânia A Linha da Frente"
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