Êxodo de Técnicos Cubanos de Angola
Há três anos que Angola não paga aos médicos e professores cubanos destacados no país. A situção é crítica e já se equaciona uma ponte aérea. A partida dos técnicos de Fidel poderá assumir contornos dramáticos, sobretudo na área da saúde, uma vez que são os únicos que aceitam trabalhar nas zonas mais remotas do interior Mais de mil técnicos cubanos da área da saúde e do ensino superior poderão abandonar Angola nos próximos tempos se o governo de Luanda não liquidar a dívida contraída junto de Cuba. Se esta retirada se vier a consumar, 150 médicos, professores universitários e outros técnicos cubanos poderão começar a deixar Luanda no inicio do próximo mês. Há cerca de três anos, segundo o jornal “Agora”, que Luanda deixou de honrar os seus compromissos junto da Antex, a empresa estatal de Cuba, responsável pela contratação dos técnicos. Cuba e Angola são parceiros históricos de há longa data. A dívida angolana para com Cuba está, desde já, a repercutir-se na saída de Angola de técnicos cubanos. Estes estão muito presentes nas áreas da educação e da saúde. O seu regresso a Cuba está a perturbar vários serviços que contavam com esta mão-de-obra. A dívida angolana para com Cuba está orçada em 300 milhões de dólares. Professores e médicos cubanos estariam a regressar ao seu país devido a atrasos no pagamento desta dívida à Havana por parte de Luanda. Algumas unidades hospitalares e estabelecimentos de ensino estariam a ser afectadas com esta saída. As autoridades angolanas alegam, porém, que se está a proceder a um pagamento faseado desta dívida e não confirmam estas partidas. Mais de 2 000 professores e médicos cubanos trabalham em Angola no âmbito do acordo de cooperação vigente entre os dois países.
Procura de Vistos para Portugal Dispara em Angola
Voos da TAAG para Brasil, África do Sul ou China são agora trocados por viagens para Portugal Os voos entre Luanda e Lisboa e Luanda e o Porto, ao voltar a colocar Portugal na vanguarda do destino de milhares de angolanos nesta época do ano, estão a configurar um verdadeiro desafio à crise cambial que, neste momento, fustiga a economia de Angola. A relembrar o caos em que, nas décadas de 80 e 90, se transformava o aeroporto 4 de Fevereiro para quem quisesse viajar para Lisboa, muitos passageiros, com reservas aparentemente confirmadas, voltam agora a ficar em terra. Toda a gente se queixa da falta de divisas no mercado. Quando se trata, porém, de viajar para Lisboa ou para o Porto — mesmo com a nota de 100 dólares a ser transaccionada na candonga em kwanzas ao equivalente a 136 euros — os aviões, quer da TAAG quer da TAP, descolam hoje de Luanda diariamente a abarrotar de passageiros. Isso apesar da concorrência da Royal Air Maroc e da Emirates que, escalando em Casablanca e Dubai respectivamente e com tarifas mais baratas, também voam para Portugal. As viagens para destinos que eram até há bem pouco tempo “a menina dos olhos” da TAAG como o Brasil, África do Sul ou a China, conhecem agora uma redução drástica. “Das três frequências que tínhamos para São Paulo, ficámos reduzidos a uma e dos sete voos diários para Joanesburgo, agora não fazemos mais do que três” — disse um alto funcionário da companhia área angolana. No meio deste turbilhão, Portugal continua a ser uma excepção. Mesmo com os custos dos bilhetes das passagens aéreas da TAAG e da TAP a atingirem somas exorbitantes, o formigueiro de pessoas que formam longas filas no consulado português em Luanda não para de crescer. “Não se importam de comprar, a preço especulativo, os dólares no mercado paralelo para poderem viajar para Portugal” — diz o economista Frederico Ferraz. “Em Angola quase toda a gente tem um elo de ligação à Portugal e, por isso, não surpreende que, actualmente, atendamos mais de 400 pessoas por dia” — revelou Carlos Costa Neves, cônsul-geral de Portugal, que acaba de terminar a sua missão em Angola. Além de visitas a familiares ou amigos, acrescentou este diplomata, o turismo de compras e imperativos de saúde, são as causas principais para o contínuo aumento da procura de vistos para Portugal. Contra todas as expectativas, a crise financeira que atinge o país, longe de causar qualquer quebra na sua emissão, está, paradoxalmente, a gerar uma procura desproporcional à escassez de recursos cambiais na posse dos angolanos. Entre Janeiro e Junho deste ano, o consulado português em Luanda emitiu 42 mil vistos e prevê atingir, até ao final do ano, uma cifra superior a 60 mil vistos, contra os 42 mil vistos emitidos durante o ano passado. “Cerca de 90% dos vistos são turísticos, cifrando-se em dois mil o número de pedidos de vistos para tratamento médico, estudo e residência” — concluiu o antigo responsável máximo dos serviços consulares na capital angolana. Estes serviços, segundo apurou o Expresso, “vão ser agora obrigados a encontrar soluções inovadoras” porque “existe uma tendência para o aumento da procura”. A mesma procura deixou de ter, no entanto, a embaixada da China em Angola. Com o eclodir da crise cambial, o grosso dos angolanos que tinha como destino Pequim e Guangzhou, deixou de voar para aquele país. ”Não há dinheiro!” — lamenta Engrácia Joaquim, que até há bem pouco tempo prosperava com a venda de mobiliário importado da China. Por incapacidade de concorrência com a Ethiopian Airlines e com a Emirates, a TAAG viu-se obrigada também a deixar de voar para Adis-Abeba e para o Dubai. Os voos para cidades africanas como Bangui, Douala e Brazzaville, de cariz meramente político, são tidos por especialistas de aviação, como desastrosos para os cofres da empresa. A Emirates vai tomar conta da gestão da TAAG já no próximo mês de Setembro e as autoridades vão aproveitar a crise para incentivar a aplicação do seu plano de saneamento financeiro e de reforma estrutural da companhia aérea angolana. “Precisamos de imprimir outra eficiência funcional e olhar para a sua gestão com racionalidade económica, para que a TAAG possa finalmente alcançar níveis de rentabilidade financeira satisfatórios” — disse uma fonte do Ministério angolano dos Transportes.
Descobertas 36 Novas Espécies de Plantas na Lagoa de Carumbo
Trinta e seis das 537 plantas recolhidas na região da Lagoa de Carumbo (Lunda Norte) para estudo no herbário do Royal Botanic Gardens Kew (Reino Unido) constituem espécies nunca antes catalogadas, segundo resultados de uma pesquisa de 2011. Os dados apresentados quarta-feira em Luanda pelo Ministério do Ambiente, à margem do lançamento do livro "Avaliação Rápida da Biodiversidade da Região da Lagoa Carumbo", além dessas 36, destacam-se 13 outras espécies que são possivelmente novas em termos científicos e 38 consideradas especialmente importantes no que diz respeito à conservação. A Lagoa de Carumbo, aproximadamente 350 hectares, é mantida pelo rio Luxico, um afluente principal situado na margem Oeste do rio Luele, e a sua lista de plantas é considerada como a mais abrangente e precisas de Angola, sendo várias vezes superior a qualquer das outras existentes nas áreas protegidas do país, de acordo com conclusões resultantes da referida expedição. A maior parte dos novos registos correspondem a espécies da floresta Congo Guineense e de prados húmidos. Espécies como micrageriella aphlla, daniellia alsteeniana, eriosema humile, sebaea oligantha, pavetta aff.vanderijstii, chassalia pauwelsii, trichostachs microcarpa, buchnera sp.aff. lippioides, Spathandra blakeiodes, sherbournia, cola welwitschii, diaphananthe Pellucida são, entre outras espécies registadas. Além destas plantas, a expedição resultou no registo de 195 espécies de aves, das quais uma foi registada pela primeira vez em Angola, 13 são muito raras e encontradas em menos de três registos anteriores, enquanto outras sete constituem novos registos. Os participantes na expedição, num total de 18, conseguiram de igual modo cadastrar 25 espécies de peixes, 16 de batráquios e 19 de répteis. Apesar dos pesquisadores nacionais internacionais não terem efectuado pesquisas de mamíferos, os registos existentes e a informação fornecida de pela população local indicam que são conhecidas pelo menos 104 espécies, de médio e grande porte, encontradas em qualquer das áreas protegidas em Angola. Com isto, avança o estudo, a Região da Lagoa de Carumbo poderá ser elevada à categoria de área protegida, pelo facto de ser uma zona sem povoação humana.
Lixo Acumula-se em Luanda
A capital angolana debate-se com a acumulação de lixo nas ruas. Em causa a redução do orçamento atribuído para a recolha do lixo. A problemática da recolha do lixo na capital angolana, Luanda, está a indignar os seus habitantes. As vias rodoviárias de Luanda com maior incidência nos bairros suburbanos estão inundados de lixo que põe em risco a saúde pública. O recém-nomeado Governador Provincial de Luanda, Graciano Domingos, começou a implementar um novo modelo de recolha do lixo a 1 de Agosto, mas que não deu resultado positivo até ao momento. No seu discurso aquando da implementação desse modelo, Graciano Domingos desejava a "todos os que ficarem envolvidos nesse modelo, coragem e criatividade na sua implementação, que quanto a nós constitui a via acertada para uma Luanda limpa, não pelos recursos financeiros disponíveis, mas pelo compromisso da sua população com o asseio e higiene". "Nesta fase de passagem do modelo centralizado no Governador Provincial de Luanda para um modelo de limpeza municipal desconcentrado, as administrações municipais e de centralidades terão de reforçar e melhorar os serviços de fiscalização, dialogar com os moradores e comissões de moradores, punindo os que colocam em risco o saneamento do meio", frisava na altura Graciano Domingos. Para além das questões organizativas das empresas de recolha do lixo, as autoridades administrativas de Luanda alegam que a redução do orçamento devido à crise da queda do preço do petróleo, que está a afectar a economia angolana, está a criar dificuldades às empresas de recolha do lixo. Em 2014 um diagnóstico do Ministério do Ambiente de Angola admitia que em Angola cada cidadão produz diariamente quatro quilos de lixo, enquanto a capital do país tinha uma produção anual de 1,3 milhões de toneladas, admitindo-se que o aumento até 2025 poderá estar na ordem dos 146%. |
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