Kwanza Sul Mostra Potencialidades Industriais
A cidade de Sumbe, no Kwanza Sul, revelou as potencialidades da província na feira da indústria realizada esta semana. Potencialmente rica em termos de minerais com destaque para o diamante, fosfato, gesso, cerâmica, entre outro, a província ainda está longe de satisfazer os anseios orçamentais pelo que urge a necessidade de atrair mais investidores para que áreas virgens em minerais sejam exploradas. O vice-governador para o sector económico Franklim Fortunato e Silva diz que o Governo vai dotar o parque industrial de conhecimentos técnicos e científicos para que, através dele, se possa delinear e levar a cabo a política de diversificação da economia em curso no país. «No quadro do plano de desenvolvimento da província foram criadas duas zonas para o melhor desenvolvimento sendo uma em Porto-Amboim para indústria transformadora e outra na Cela que é a ágro-indústria. A par destes existe uma zona proeminente que é o pólo ágro-industrial da Zâmbia cuja expansão aguarda consolidação da vala de irrigação do Kawá, obras em curso desde o mês de Setembro”, disse Fortunato e Silva. O gestor comercial da construtora Hipermáquinas-Angola Nei Vale disse que a participação da sua empresa na feira pese embora estar sedeada em Luanda tem razão de ser uma vez que a matéria-prima com a qual trabalham é extraída do Kwanza-Sul: Do município do Libolo, a fábrica de vinhos Serras da presenteou população do Sumbe com várias marcas de bebidas. O director provincial da indústria, geologia e minas Honorato Kondjasíli disse que o “objectivo principal era mostrar aquilo que se faz de bom no Kwanza-Sul e porque realizamos esta feira com o objectivo de servir de antecâmara para a realização para a realização da 2ª feira da indústria a realizar-se em Luanda em Dezembro ». O evento contou com participação de cerca de cinquenta expositores oriundos de diversos pontos da província e localidades vizinhas Fonte: Voz da América
Amazónia Metade das Espécies de Árvores Pode Desaparecer até 2050
Pesquisadores de 21 países fazem alerta após análise de mais de 1.500 levantamentos sobre a floresta amazónica. Entre as possíveis espécies ameaçadas estaria a imponente castanheira-do-Brasil. Metade de todas as espécies de árvores da região amazónica pode estar ameaçada, o que aumentaria em mais de um quinto o número de espécies de plantas em risco no mundo. A conclusão, publicada na revista Science Advances, é de um grupo com 158 pesquisadores de 21 países, liderados por Hans ter Steege, do Museu de História Natural de Leiden, na Holanda. No estudo, os cientistas usaram dados de mais de 1.500 levantamentos sobre a floresta amazónica. Dessa forma, eles puderam determinar como o desmatamento tem afectado, desde 1900, o número de árvores de cerca de 15 mil espécies. A equipe também estimou os efeitos do desmatamento até 2050. Os resultados foram, então, comparados com os critérios da Lista Vermelha da União Mundial para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), que faz um inventário de espécies em risco. O resultado mostra que de 36% a 57% de todas as espécies da região amazônica podem ser tidas, mundialmente, como ameaçadas. Entre elas, há espécies como a castanheira-do-Brasil, que chega a 50 metros de altura, e o cacaueiro. Os pesquisadores ressaltam que os resultados não são o suficiente para a criação de uma Lista Vermelha completa das árvores da Amazónia. Para isso, cada uma das espécies deveria ser individualmente examinada pela IUCN. No entanto, as descobertas reforçaram a extensão e urgência dessa tarefa. No Brasil, a cobertura florestal tem diminuído há décadas, mas existe pouca informação sobre a quantidade de espécies de árvores afectadas. "Não estamos dizendo que a situação na região amazónica se deteriorou de repente", explica o co-autor da pesquisa Nigel Pitman, do Museu Field de História Natural, em Chicago. "Fornecemos uma nova estimativa de como as árvores foram afectadas pelo desmatamento no passado e serão no futuro." Áreas protegidas Para o grupo, os resultados do estudo devem ser incluídos nas políticas de uso da terra e conservação da Amazónia. Isso porque áreas protegidas e territórios indígenas podem oferecer protecção às árvores mais ameaçadas, contanto que nessas áreas não haja mais desmatamento, afirmam os cientistas. Muitas vezes, mesmo em áreas de conservação, as árvores são abatidas ilegalmente. Segundo o Greenpeace, as pessoas por trás disso não têm muito o que temer. Ainda assim, essas regiões podem fazer muito pela natureza, apontam os pesquisadores. Mais da metade da bacia amazónica está, de acordo com as suas informações, em áreas protegidas, onde uma boa quantidade das espécies mais ameaçadas cresce. "Essa é uma boa notícia da Amazónia, como muito raramente se ouve", disse Ter Steege. "Nas últimas décadas, os países da região amazónica têm feito grandes progressos no que diz respeito a áreas protegidas e povos indígenas. Nosso estudo mostra que a biodiversidade se beneficiou muito disso." Entretanto, barragens, mineração, incêndios e secas ainda representam grandes ameaças para as florestas da Amazónia, apontam os pesquisadores. Efeito expandido Como as condições e os problemas são semelhantes em áreas de florestas tropicais, os resultados podem, provavelmente, ser estendidos para os trópicos inteiros. Assim, até 40 mil árvores estariam ameaçadas em todo o mundo. Aproximadamente um terço da superfície da Terra é coberta por florestas. Todos os anos, 13 milhões de hectares delas desaparecem – o equivalente, aproximadamente, à área da Grécia. Essa perda de área florestada acontece quase que exclusivamente nos trópicos. A floresta amazónica, por exemplo, é convertida em plantações de soja e pastagens de gado, e a madeira, muitas vezes, é exportada. Também é preocupante a destruição na Indonésia, onde, somente neste ano, cerca de 17 mil quilómetros quadrados de floresta tropical já foram queimados. Agricultores usam a técnica da coivara – derrubada da mata nativa e queima da vegetação – para plantação de dendezeiros. Fonte:Revista Science Advances
Luanda Esconde Crianças de Rua para 40 anos da Independência de Angola
Com a aproximação das festividades dos 40 anos de independência de Angola, na quarta-feira, as autoridades tentam dissimular a miséria em Luanda, recolhendo as crianças de rua e jogando-as em orfanatos superlotados. "O governo decidiu limpar a cidade a partir do final de Outubro para transmitir uma imagem positiva" de Luanda, explica à AFP João Facatino, Director de um dos orfanatos privados de Luanda, o centro de acolhimento infantil Arnaldo Janssen (Cacaj). Angola que se tornou um gigante petrolífero, imaginou algo grandioso para o Aniversário dos 40 anos de Independência. Na terça-feira à noite, um show do cantor americano Stevie Wonder e do grupo Jackson 5 vai acontecer no centro da cidade. E quarta-feira, cerca de 7.000 convidados, incluindo 100 representantes de países estrangeiros, vão assistir a parada militar organizada na Marginal, a grande avenida que contorna a baía de Luanda, uma das poucas artérias limpas da capital. No início da tarde, um autocarro chega ao Centro Arnaldo Janssen, escoltado pela policia. No seu interior, oito crianças esperavam em silêncio e exaustas. Uma pequena tem os olhos molhados de lágrimas. João Facatino, um missionário de cabelo raspado e cavanhaque (Barba) ligeiramente grisalho, expressa toda a sua frustração: "o governo não está envolvido no funcionamento dos orfanatos, todos privados, com excepção de um, e o método - pegar as crianças à força - é inadequado", afirma. "A grande maioria das crianças foge já na primeira noite", observa ele. "É preciso uma boa preparação psicológica antes de receber uma criança que tem o hábito de não obedecer regras", diz ele. Várias milhares de crianças vivem nas ruas de Luanda, capital de 8 milhões de habitantes, segundo estimativas de uma ONG. A maioria destas crianças ainda têm famílias: foram abandonadas por razões económicas ou foram expulsas por suspeita de bruxaria. "Quando há um membro da família que morre ou fica doente, por exemplo, tentam encontrar um culpado", explica João Facatino. "Muitas vezes é a criança mais irrequieta que é acusada". "Outras crianças apenas se perderam e, por vezes, a família que vê um aviso na TV vem buscá-la dois ou três anos após o seu desaparecimento". Outras crianças, abusadas, também fogem com frequência de casa. Funcionários de orfanato não recebem ordenados. O orfanato de João Faustino oferece perspectivas futuras. As crianças recebem formação profissional. "Alguns se tornaram advogados ou engenheiros nas empresas de petróleo", afirma o Director, orgulhoso. "Eles sempre vêm nos visitar. Este orfanato é a sua casa". O centro, criado em 1993, ocupa um terreno doado pela diocese e pelo grupo britânico BP. Ele abriga cerca de 110 crianças entre 7 e 18 anos, incluindo mais trinta que chegaram desde que a operação foi lançada pelas autoridades em Outubro. Para passar do refeitório para as carteiras das salas de aula e dormitórios, as crianças caminham por uma área externa onde a lama suja os pés descalços. Para beber, eles mergulham um copo num barril enferrujado, que recupera a água da chuva. "Estamos sem dinheiro. Desde o mês passado, não conseguimos pagar aos funcionários e não vamos pagar este mês", admite João Facatino. Por esta razão, vários funcionários foram embora. Uma televisão está ligada no refeitório. É a única distracção, com a excepção das raras oficinas de arte. "As crianças vão para a escola de manhã, outras à tarde, e os mais velhos à noite porque não há espaço suficiente para todos", diz o director. Numa reunião organizada pelas autoridades em Outubro, para anunciar a operação de retirada das crianças das ruas, os líderes dos orfanatos consideraram que "o método não era o ideal", segundo João Facatino. Uma figura de linguagem que reflecte o medo num país controlado com mão de ferro pelo presidente José Eduardo dos Santos desde 1979. Para João Facatino, "o governo conhece a nossa situação, mas para mudar as coisas, deveria haver investimentos. E, apesar das promessas, eu não acredito que isso faça parte do programa. Finalmente, ontem nos trouxeram alguns colchões". Fonte: Agência France-Presse (AFP)
Moção de rejeição aprovada. Governo caiu
Votação na Assembleia acaba de fazer cair executivo de Passos Coelho. A moção de rejeição apresentada pelo PS foi aprovada com 123 votos a favor do PS, BE, PCP, PEV e PAN e 107 contra. A decisão implica a demissão do executivo PSD/CDS-PP. Com este resultado o governo de Passos Coelho mantém-se no poder mas com um governo de gestão, dado que o seu programa não foi aceite no Parlamento. "Antes da apreciação do seu programa pela Assembleia da República, ou após a sua demissão, o Governo limitar-se-á à prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos", determina a Constituição. A Lei Fundamental diz ainda que "em caso de demissão do Governo, o primeiro-ministro do Governo cessante é exonerado na data da nomeação e posse do novo primeiro-ministro". Apesar de a Constituição não definir o que cabe nos poderes de um governo limitado à gestão, vários constitucionalistas já ouvidos pela Lusa coincidem na interpretação de que o critério é o da "estrita necessidade" do ato, sendo este critério, em última análise, controlado pelos tribunais se a questão for suscitada. Foi o que aconteceu em 2002, quando o então Presidente da República Jorge Sampaio questionou o Tribunal Constitucional (TC) se caberia na competência de um Governo demitido a aprovação de alterações quanto à forma de designação dos órgãos de direção dos estabelecimentos hospitalares. No acórdão 65/02, o TC entendeu que os poderes não estão limitados em função da natureza dos atos admissíveis e que "o critério decisivo para o efeito é antes é da estrita necessidade da sua prática". "Não é aceitável que se entendesse o preceito no sentido de que os `atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios público´ seriam, justamente, os atos de gestão corrente", é referido, salientando que "o interesse público pode reclamar a prática inadiável, por exemplo, de atos legislativos", refere o acórdão. Por outro lado, com a demissão do Governo o processo regressa, assim, às mãos do Presidente da República não existindo nenhum prazo estipulado na Constituição para que efetue novas diligências. A única imposição constitucional é que o chefe de Estado ouça os partidos antes de indigitar um novo primeiro-ministro. Fonte: Noticia ao Minuto |
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